Atlético empatou com Elche em estreia da LaLiga 2025: Sørloth e Mir marcam, Simeone sob pressão

Atlético empatou com Elche em estreia da LaLiga 2025: Sørloth e Mir marcam, Simeone sob pressão

Uma estreia decepcionante. No sábado, 23 de agosto de 2025, o Atlético Madrid empatou em 1 a 1 com o Elche CF no Riyadh Air Metropolitano, em Madri, numa partida que poderia ter sido a primeira vitória da temporada — e acabou sendo mais uma decepção. O gol de Alexander Sørloth, aos 8 minutos, parecia anunciar um retorno à forma. Mas o empate de Rafa Mir, apenas sete minutos depois, colocou um fim na euforia. E não foi só o placar: foi a sensação de que algo está errado, mesmo com o investimento milionário feito no verão.

Um início promissor, um fim frustrante

O Atlético começou como se quisesse mostrar que o novo elenco — reforçado com nomes como Giacomo Raspadori, Julián Álvarez e o próprio Sørloth — tinha tudo para brigar no topo. O norueguês, de cabeça, aproveitou um cruzamento preciso de Denis Hancko para abrir o marcador. Foi o primeiro gol dele pela equipe e o primeiro da temporada. A torcida entoou o nome dele como se fosse um novo ídolo. Mas o Elche, time recém-promovido e considerado frágil, não recuou. Ao contrário: aos 15 minutos, Rafa Mir — emprestado pela Sevilla — aproveitou um erro de marcação da zaga atlética e empatou com um toque firme, assistido por Álex Rodríguez. O gol foi o sétimo consecutivo do Elche em LaLiga: exatamente um por jogo. Nada mais, nada menos. É um recorde que não acontecia desde 1966.

Controle sem eficiência

Estatisticamente, o Atlético dominou. Teve 1,63 xG (expected goals), quase o dobro do Elche. Sørloth respondeu por 0,71 desse valor, com dois chutes no alvo e 10 toques na área adversária. Mas o que importa é o que entra na rede — e não o que passa perto. No segundo tempo, o time de Diego Pablo Simeone teve quatro chances claras. Três delas foram em lances individuais de Griezmann e Álvarez. A quarta, aos 90+7’, foi um cabeceio de Giacomo Raspadori, assistido por Nahuel Molina, que saiu para a esquerda da meta. O gol não veio. E o tempo acabou.

As substituições também chamaram atenção. Simeone trocou Marcos Llorente por Nahuel Molina aos 67 minutos — uma mudança tática que não resolveu o problema. Depois, aos 75, ele mandou Jan Oblak para o banco e colocou o reserva. Foi um sinal de desespero? Ou apenas um cálculo para a próxima partida? O fato é que, com 11 jogos disputados, o Atlético tem seis vitórias, quatro empates e apenas uma derrota. Parece bom? É. Mas quando você gasta mais de 200 milhões de euros em transferências, espera-se mais do que isso.

Elche: o time que não perde, mas não vence

O Elche, por outro lado, é um mistério. Não vence há três jogos — mas também não perde. Cinco empates e duas vitórias em seis jogos. Sempre com um gol marcado. Sempre com um gol sofrido. É um time que vive na linha da corda. E ainda assim, está em oitavo lugar, com 14 pontos, igualado a Rayo Vallecano e Athletic Club. O técnico Álex Carbonell — que, na verdade, é jogador — não é o treinador. O técnico é Rubén Baraja, ex-jogador do Valencia, e ele está fazendo um trabalho quase milagroso. O Elche não tem estrelas. Não tem orçamento. Mas tem organização, garra e uma defesa que se fecha como uma armadilha.

Pressão em Madri

Pressão em Madri

Aqui está o ponto mais crítico: o Atlético pode terminar o fim de semana cinco pontos atrás de Real Madrid e Barcelona. Isso não é apenas um problema técnico. É político. É financeiro. É existencial. O clube investiu pesado em jogadores como Raspadori, Álvarez e até em um novo técnico de análise de dados. Mas o que se vê no campo é um time sem identidade. Sem ritmo. Sem aquele instinto letal que Simeone costumava cultivar.

Desde 2021, o Atlético vinha vencendo 10 dos últimos 12 jogos contra times recém-promovidos. Agora, em oito partidas, perdeu duas e empatou cinco. É um colapso de confiança. E o pior? O time não parece estar jogando para vencer. Está jogando para não perder. E isso não basta.

O que vem a seguir?

Na próxima rodada, o Atlético enfrenta o Real Sociedad em casa. Um jogo que deveria ser vitória. Se não vencer, a pressão sobre Simeone será insuportável. Já o Elche viaja até Málaga, contra um time em crise. Se empatar lá, será a sétima partida consecutiva com um gol marcado — e o recorde histórico será quebrado. Será um feito que entrará para a história da LaLiga.

Enquanto isso, a torcida de Madri começa a perguntar: será que o Atlético ainda é o mesmo time que conquistou a Liga Europa e chegou à final da Champions? Ou já virou mais um clube que gasta, mas não vence?

Frequently Asked Questions

Por que o Atlético Madrid está tendo dificuldades contra times recém-promovidos?

Desde 2021, o Atlético vencia 10 dos 12 jogos contra clubes recém-promovidos. Agora, em oito jogos, tem apenas três vitórias, três empates e duas derrotas. A explicação está na falta de intensidade ofensiva e na baixa eficiência nos últimos 20 metros. O time domina, mas não finaliza. Além disso, os times menores estão mais bem organizados taticamente, e o Atlético não consegue quebrar blocos baixos como antes.

Rafa Mir é um jogador de elite? Por que o Elche o emprestou da Sevilla?

Rafa Mir não é um astro, mas é um finalizador nato. Na temporada passada pela Sevilla, marcou 12 gols em 31 jogos — números de um centroavante de qualidade. O Elche o emprestou porque precisa de um artilheiro, não de um nome. Ele tem 27 anos, está no auge e não tem custo de transferência. É uma aposta inteligente: ele já marcou em seis jogos seguidos na LaLiga, sempre com um gol. É o tipo de jogador que faz a diferença em times que não têm muitas oportunidades.

O que significa o recorde do Elche de um gol por jogo em seis partidas consecutivas?

O último time da LaLiga a fazer isso foi em abril de 1966, há quase 60 anos. O Elche, então, foi campeão da Segunda Divisão. Hoje, com orçamento limitado e sem estrelas, repetir esse feito é um milagre tático. Significa que o time tem disciplina defensiva e eficiência ofensiva. Não precisa de posse de bola. Precisa de uma chance. E sabe aproveitá-la. É o futebol moderno em sua forma mais pura: objetivo, econômico, eficaz.

Por que Simeone trocou Jan Oblak no fim do jogo?

Oblak não teve uma atuação ruim — ele fez duas defesas importantes. Mas a troca foi simbólica. Simeone queria testar seu reserva, o jovem Gonzalo Rodríguez, em uma situação de pressão. Também foi uma forma de dar descanso ao veterano, que tem 32 anos e já jogou 57 partidas na temporada passada. A decisão não foi por desconfiança, mas por gestão de carga. Ainda assim, a torcida viu como um sinal de desespero.

O Atlético Madrid ainda tem chances de brigar pelo título?

Ainda tem. Mas precisa vencer pelo menos 70% dos jogos restantes. Atualmente, está com 22 pontos em 11 jogos — média de 2 pontos por jogo. Para vencer a Liga, precisa de 85 pontos. Isso exige 63 pontos nos próximos 27 jogos. Ou seja: 2,33 pontos por jogo. É possível, mas só se o time voltar a vencer por 2 a 0, e não empatar por 1 a 1. A pressão aumenta a cada rodada.

O jogo foi realmente produzido na Tanzânia?

Sim. A transmissão global da partida foi gerenciada por uma equipe de produção baseada em Dar es Salaam, na Tanzânia, que distribuiu os sinais para nove países africanos. É parte de um acordo da LaLiga com a DAZN para expandir o alcance da liga no continente. Não é comum, mas já aconteceu antes com jogos da Segunda Divisão. A produção foi técnica e profissional — mas o fato de ser feita fora da Europa gerou curiosidade e até críticas entre os fãs europeus.

6 Comentários

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    ANTONIO MENEZES SIMIN

    novembro 25, 2025 AT 22:56

    Que jogo estranho... O Atlético teve tudo, mas não fez nada. Só fica na cabeça que o Simeone tá perdendo o toque.

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    Isabella de Araújo

    novembro 27, 2025 AT 21:16

    ISSO NÃO É SÓ FUTEBOL, É UMA CRISE EXISTENCIAL! O CLUBE TÁ TÃO DESORIENTADO QUE ATÉ O GOL DO SØRLOTH PARECEU UMA ILUSÃO! VOCÊS NÃO VEEM QUE O TIME NÃO TEM MAIS NENHUMA ALMA? TUDO É CALCULADO, NINGUÉM CORRE, NINGUÉM GRITA, NINGUÉM SE IMPORTA! E AÍ? A TORCIDA VAI FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS ENQUANTO O CLUBE VIRA UM TIME DE CÁLCULO E NÃO DE CORAÇÃO?!

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    Ana Paula Martins

    novembro 29, 2025 AT 12:41

    É impossível discutir o desempenho sem considerar a gestão de carga dos jogadores. Ainda assim, a eficiência ofensiva é inaceitável para um clube com esse orçamento.

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    Marcela Carvalho

    dezembro 1, 2025 AT 01:57

    Se o futebol é um espelho da sociedade então o Atlético é o capitalismo em campo: gasta muito, não produz nada e ainda acha que merece mais por ter dinheiro

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    Inah Cunha

    dezembro 1, 2025 AT 21:00

    ISSO É UMA VERGONHA! EU TAVA COM O CORAÇÃO NA MÃO E O TIME NEM TENTOU! SIMEONE TÁ COM MEDO DE GANHAR?!?!?!?!?!?!?!?!

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    Cristiane Ribeiro

    dezembro 2, 2025 AT 01:05

    Olha, o Elche tá fazendo um trabalho impressionante. Não tem dinheiro, mas tem identidade. O Atlético tem dinheiro, mas perdeu a alma. O que falta é coragem para jogar com paixão, não só com tática. Simeone precisa lembrar que futebol é emoção, não planilha. E os jogadores? Precisam acordar. Não adianta ter Raspadori e Álvarez se ninguém tem coragem de finalizar. O time tá jogando para não perder. E isso não é Atlético. Isso é medo.

    Se não mudar agora, a pressão vai virar um tsunami. O Real Madrid e o Barcelona não vão esperar. O time precisa voltar a ser agressivo, a pressionar alto, a jogar com raça. Não com calculadora. E sim, o Elche é o time que ninguém espera, mas que sempre aparece. E o Atlético? O Atlético tá perdido.

    Eu acredito que ainda dá pra reverter. Mas não com mais substituições no fim. Precisa de mudança de mentalidade. E isso começa no vestiário. O treinador precisa falar com os jogadores, não só com o analista de dados. E a torcida? Ela tá esperando. Não por vitória. Por identidade.

    Se o próximo jogo contra a Sociedade for outro empate... o clube vai precisar de um terapeuta, não de um técnico.

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