Na noite de sábado, 29 de novembro de 2025, o Clube de Regatas do Flamengo escreveu seu nome na história do futebol sul-americano. Vencendo o Sociedade Esportiva Palmeiras por 1 a 0 no Estádio Monumental de la U, em Lima, o Mengão conquistou seu quarto título da CONMEBOL Libertadores — e se tornou o primeiro clube brasileiro a alcançar o tetracampeonato da competição. O gol da vitória, marcado por Danilo Luiz da Silva aos 67 minutos, foi um cabeção de precisão após cobrança de escanteio. O estádio, lotado com cerca de 80 mil torcedores, explodiu em celebração. E não foi só a taça que subiu ao céu: foi o domínio brasileiro, a ascensão de um clube que não se contenta com um título, mas constrói impérios.
Um jogo de tensão e tática: o momento que mudou tudo
Até o gol, o jogo parecia um duelo de equilíbrio. Palmeiras, com 74% de posse de bola após o tento, pressionava com força, mas não encontrava brechas. Antes disso, o Verdão mal tinha 30% da bola e apenas quatro chutes ao gol. Já o Flamengo, apesar de menos posse, era letal nos momentos decisivos. Sete escanteios contra um do adversário — e o quarto gol de escanteio do time carioca na competição. Isso não é acaso. É método. É disciplina tática. É o trabalho de Fernando Diniz, que montou uma defesa impenetrável com Léo Pereira, Alex Sandro e o próprio Danilo, que não só marcou, mas também marcou presença em todos os momentos críticos.
Agustín Rossi, o goleiro, entrou para a história como o arqueiro com mais vitórias consecutivas sem sofrer gols na Libertadores: nove das 13 partidas. Na final, nem precisou fazer uma defesa. O Flamengo não deu chance. E foi isso que assustou o Palmeiras. Quando Everton entrou no segundo tempo, o time paulista aumentou a pressão. Vítor Roque quase empatou, mas seu chute saiu por cima do travessão. López teve a chance de igualar, mas a bola passou raspando o poste. Foi o fim da esperança. O bloqueio carioca não cedeu. Nem um centímetro.
Um título que vem de longe: o ciclo de conquistas
Este não foi o primeiro título do Flamengo na Libertadores. Nem o segundo. Nem o terceiro. Foi o quarto. E o mais significativo. Em 1981, o Mengão venceu o Cobreloa e se tornou o primeiro brasileiro a levar a taça. Depois, em 2019, derrotou o River Plate em uma final emocional. Em 2022, superou o Athletico Paranaense. Em 2021, perdeu para o Palmeiras — e isso doeu. Mas não quebrou. Pelo contrário: fortaleceu. Seis anos, quatro finais. Quatro títulos em seis anos. Isso não é sorte. É construção. É consistência. É um clube que sabe o que quer e não se contenta com menos.
E o defensor Filipe Luís entrou para o hall da fama. Com esta conquista, ele se torna o nono jogador da história a vencer a Libertadores como jogador e treinador — e o segundo brasileiro, depois de Renato Gaúcho. Ele já havia vencido em 2019 e 2022 como jogador. Agora, como treinador, ele é parte da mesma lenda. Um símbolo.
Os números que não mentem: dinheiro, poder e influência
O prêmio em dinheiro? US$ 36,15 milhões. Desse total, US$ 24 milhões são pela vitória na final. Outros US$ 900 mil vieram das três vitórias na fase de grupos — contra Deportivo Táchira e Liga de Quito. Mas isso é só o começo. O Flamengo já havia recebido US$ 27 milhões por chegar às oitavas do Mundial de Clubes. No total, em 2025, o clube acumulou US$ 64 milhões em premiações. Isso é mais do que o orçamento de alguns clubes europeus. E ainda tem mais: a Recopa Sudamericana 2026 contra o Lanús, a Copa Intercontinental contra o Paris Saint-Germain e a vaga garantida no Mundial de Clubes de 2029.
Essa é a verdadeira vantagem. O dinheiro é bom. Mas o poder de mercado, a visibilidade global, a atração de patrocinadores e jogadores — isso é o que transforma um campeão em uma potência. E o Flamengo, hoje, é isso.
A hegemonia brasileira: Brasil iguala a Argentina e amplia seu domínio
Com este título, o Brasil chega a 25 conquistas na Libertadores, empatando com a Argentina. Mas a história não para aí. É a sétima vitória consecutiva de um clube brasileiro na competição. Desde 2019, nenhum time de outro país venceu. Nenhum. Nem o River Plate. Nem o Boca Juniors. Nem o Atlético Mineiro, que chegou perto em 2023. O domínio é absoluto. E o Flamengo é o principal arquiteto disso. O clube que, em menos de uma década, se tornou o símbolo da supremacia brasileira na América do Sul.
Próxima parada: Catar e o confronto com o PSG
Ainda em 2025, o Flamengo enfrentará o Paris Saint-Germain na Copa Intercontinental da FIFA. O jogo será no Ahmad bin Ali Stadium, em Catar, no dia 17 de dezembro. É o primeiro confronto direto entre um campeão da Libertadores e um campeão da Liga dos Campeões da Europa desde 2022. E o Flamengo entra como favorito. Não por sorte. Por mérito. Por história. Por fome.
Frequently Asked Questions
Como o Flamengo conseguiu ser tetracampeão da Libertadores?
O Flamengo construiu um time com equilíbrio tático, defesa impecável e eficiência em momentos decisivos. Com quatro finais em seis anos, o clube aprendeu a vencer sob pressão. O gol de Danilo contra o Palmeiras foi o culminar de um planejamento que incluiu reforços estratégicos, liderança de Filipe Luís e um sistema defensivo que nunca cedeu na final. A consistência, mais do que o talento individual, foi a chave.
Por que esse título é mais importante que os anteriores?
Porque é o primeiro tetracampeonato da história da Libertadores. Nenhum clube sul-americano havia vencido quatro vezes. Além disso, o Flamengo se torna o primeiro brasileiro a vencer quatro vezes, e o clube que mais venceu nos últimos seis anos. Isso não é apenas um título: é um legado. É a confirmação de que o futebol brasileiro não está em crise — está em reinvenção.
O que o Flamengo ganha ao vencer a Copa Intercontinental contra o PSG?
Além do prêmio em dinheiro, que pode chegar a US$ 10 milhões, o clube ganha exposição global, atração de patrocinadores internacionais e o direito de ser chamado de campeão mundial pela FIFA. Se vencer, o Flamengo se torna o primeiro clube sul-americano a conquistar a Copa Intercontinental desde o Corinthians em 2012. É um passo rumo à consagração absoluta.
O domínio brasileiro na Libertadores vai continuar?
É provável. O Brasil tem seis dos últimos sete títulos, e os clubes estão investindo em estrutura, análise de dados e jovens talentos. O Flamengo, o Palmeiras, o São Paulo e o Botafogo têm orçamentos comparáveis aos de grandes europeus. Enquanto a Argentina enfrenta crise financeira e o Uruguai perde sua base de jogadores, o futebol brasileiro se fortalece. A hegemonia pode durar mais uma década.
Quem é o novo líder do Flamengo após essa conquista?
Danilo Luiz da Silva, com o gol decisivo, se tornou o herói da noite. Mas o verdadeiro líder é Fernando Diniz, o técnico que transformou o time em uma máquina tática. Ele não tem o nome de um ex-jogador famoso, mas tem o olhar de um estrategista. Seu estilo, baseado em organização e pressão alta, é o novo modelo do futebol brasileiro moderno. E ele não está nem perto de parar.
O que esse título significa para os torcedores do Flamengo?
Para os rubro-negros, é mais que um título. É redenção. É a confirmação de que, mesmo com crises políticas, financeiras e de gestão, o clube ainda é capaz de vencer o mundo. Em plena Lima, diante de 80 mil pessoas, o Mengão mostrou que o futebol não é só de estatísticas — é de emoção. E essa emoção, agora, é eterna.
Escrito por matheus frança
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