Flamengo vira sobre Santos no Maracanã e se consagra campeão brasileiro com rodada de antecedência

Flamengo vira sobre Santos no Maracanã e se consagra campeão brasileiro com rodada de antecedência

Quando o apito final soou no Maracanã na noite de 9 de novembro de 2025, o silêncio de quase 70 mil torcedores não foi de tristeza — foi de admiração. O Flamengo havia virado um jogo que parecia perdido, derrotado o Santos por 3 a 2, e, com isso, garantido o título brasileiro com uma rodada de antecedência. A vitória, construída com gols de Léo Pereira, Jorge Carrascal e Bruno Henrique, não foi apenas um triunfo esportivo: foi o clímax de uma campanha impecável, enquanto o Santos, em crise desde o início da temporada, ainda lutava para não cair para a Série B.

Uma noite de gols e drama no Maracanã

O jogo começou com o Flamengo dominando o campo desde o primeiro minuto. Aos 36’, Léo Pereira, zagueiro de liderança, deslocou-se para a área e finalizou com precisão após um cruzamento de Arrascaeta. O gol abriu o caminho para a superioridade técnica do time carioca. Aos 51’, Jorge Carrascal, que vinha sendo questionado por sua efetividade ofensiva, recebeu passe de Arrascaeta na entrada da área e bateu forte, sem chance para o goleiro. O 3 a 0 veio aos 80’, quando Bruno Henrique, em sua melhor temporada, aproveitou um rebote após uma cobrança de escanteio e completou de cabeça. Era o momento em que o Maracanã já cantava o título.

Mas o futebol não gosta de histórias lineares. Aos 89’, Gabriel Bontempo, substituto que entrou no segundo tempo, aproveitou um erro de marcação da zaga rubro-negra e descontou. A torcida do Santos, que até então estava quieta, explodiu. E aos 90’+1, Lautaro Díaz, em lance individual, driblou dois defensores e encheu o ângulo. O placar ficou 3 a 2. O estádio tremeu. Seria o fim da festa? Não. O árbitro marcou o final do jogo antes que os santistas pudessem reagir.

Posse, estatísticas e o peso da pressão

O Flamengo teve 65,9% de posse de bola — mais de dois terços do jogo. Fez 11 chutes, mas apenas 4 foram direto ao gol. O Santos, por outro lado, fez 14 chutes, 10 deles na direção do gol, mas quase sempre em contra-ataques. Isso mostra algo essencial: o time da Vila Belmiro não jogou mal. Jogou com coragem, com desespero. E isso é o que diferencia o time que luta pelo título do que luta pela sobrevivência.

As estatísticas de posse recuperada (38 para o Flamengo contra 35 do Santos) e perdas de posse (100 contra 83) revelam um time mais seguro, mais controlado. O Santos cometeu mais faltas (13 contra 11), mas também sofreu mais (12 contra 14). Isso não é coincidência. É o sinal de um time que pressiona, que arrisca, que se joga. Mas, no fim, o Flamengo tinha mais qualidade, mais experiência, mais calma.

Do desespero à esperança: o Santos ainda tem chances

Antes deste jogo, o Santos estava em 17º lugar, com apenas 14 pontos em 13 jogos. A probabilidade de evitar o rebaixamento estava em 32%. Depois da virada, mesmo perdendo, a equipe subiu para 17º ainda — mas com 17 pontos. A chance de permanência saltou para 73%. Por quê? Porque os rivais diretos à zona de rebaixamento — como Ceará, Chapecoense e Sport — também perderam. O resultado do Maracanã foi um presente indireto para os santistas. Eles não venceram, mas viram seus adversários tropeçarem. O futebol é assim: às vezes, o que importa não é o que você faz, mas o que os outros deixam de fazer.

Campeão com rodada de antecedência: o que isso significa?

Campeão com rodada de antecedência: o que isso significa?

O Flamengo não apenas venceu. Ele se tornou o primeiro time da Série A 2025 a conquistar o título com uma rodada de antecedência. Isso aconteceu pela última vez em 2019, quando o mesmo time, com Renato Gaúcho no comando, fez o mesmo. Agora, com Dorival Júnior no banco, o clube se consagrou com 75 pontos — 5 a mais que o Palmeiras, que chegou a 70. A diferença de saldo de gols é brutal: +50 contra +28 do vice. O time carioca venceu 22 dos 36 jogos, empatou 9 e perdeu apenas 5. É a campanha mais consistente dos últimos dez anos.

A vitória sobre o Ceará, por 1 a 0, na rodada seguinte, foi apenas uma formalidade. O título já estava decidido. Mas o jogo contra o Santos foi o momento em que o mundo viu: o Flamengo não só é favorito. É superior.

As estrelas da noite e os heróis esquecidos

Bruno Henrique foi o homem do jogo: 1 gol, 3 finalizações, 13 passes, 3 faltas sofridas. Mas o verdadeiro arquiteto foi Jorge Carrascal. Com 23 passes completados e 3 tackles, ele foi o elo entre a defesa e o ataque. Arrascaeta, que não marcou, mas criou os dois primeiros gols, foi o cérebro tático. Já no Santos, Lautaro Díaz, com apenas 21 minutos em campo, foi o único a demonstrar qualidade. Gabriel Bontempo, que entrou no 65’, mostrou que pode ser a nova esperança para a equipe.

O que vem agora?

O que vem agora?

O Flamengo entra na Copa Libertadores como favorito absoluto. O elenco está saudável, o elenco está confiante. Já o Santos precisa vencer seus últimos jogos contra times da zona de rebaixamento — e torcer para que outros errem. Ainda há esperança. Mas a pressão aumenta. A cada jogo, o tempo aperta. E o Maracanã, que celebrou o título, agora vê o Santos como um time que ainda tem algo a provar.

Frequently Asked Questions

Como o Flamengo conseguiu garantir o título com uma rodada de antecedência?

Com 75 pontos após 36 rodadas, o Flamengo chegou a um total insuperável para os rivais. Mesmo que Palmeiras, Cruzeiro e Fluminense vencessem todos os seus jogos restantes, não alcançariam os 78 pontos necessários para ultrapassar o rubro-negro. A diferença de saldo de gols (+50) também foi decisiva, já que empataria pontuação, o critério de desempate seria o saldo.

Por que o Santos ainda tem 73% de chance de evitar o rebaixamento mesmo perdendo?

Apesar da derrota, o Santos subiu para 17 pontos, enquanto seus principais rivais à zona de rebaixamento — Ceará, Chapecoense e Sport — perderam ou empataram na mesma rodada. Isso fez com que a diferença de pontos entre o Santos e a zona de rebaixamento aumentasse. A probabilidade de 73% é baseada em simulações estatísticas que consideram os resultados restantes e o desempenho histórico dos times envolvidos.

Qual foi o impacto do gol de Bruno Henrique aos 80’?

O gol de Bruno Henrique foi o momento decisivo. Com o placar em 3 a 0, o Flamengo estava praticamente campeão. O gol aumentou a pressão psicológica sobre o Santos, que já vinha com dificuldades para manter a concentração. Mesmo com os dois gols finais, a equipe perdeu o fôlego emocional — e o jogo. Foi o gol que selou o título antes da bola parar.

O que mudou entre o jogo de julho, quando o Santos venceu o Flamengo por 1 a 0, e o de novembro?

Em julho, o Santos contava com Neymar, que marcou o gol da vitória, e o time estava mais coeso. Em novembro, o craque estava no PSG, o técnico era novo e o elenco estava desgastado. Já o Flamengo, com Dorival Júnior, havia se fortalecido taticamente, com Carrascal e Arrascaeta em ótima fase. A diferença de qualidade e consistência foi gritante.

O Maracanã já foi palco de outros títulos decisivos para o Flamengo?

Sim. Em 2019, o Flamengo conquistou o título com vitória sobre o Grêmio no Maracanã, e em 2022, o título foi decidido ali contra o Athletico-PR. Mas este foi o primeiro título garantido com uma rodada de antecedência desde 2019. O estádio, que já viu Pelé, Zico e Ronaldo, agora vê o Flamengo como o time mais dominante da era moderna do futebol brasileiro.

O que o resultado significa para o futuro do Santos?

Mesmo com a chance elevada de permanência, o Santos ainda precisa de resultados concretos. A equipe não jogou bem durante a maior parte da temporada, e a pressão por troca de técnico e renovação de elenco cresce. A vitória sobre o Flamengo, mesmo que não tenha ocorrido, mostrou que ainda há talento. Mas sem estrutura, sem planejamento, a esperança pode virar ilusão.