Quando Rumi perde a voz ao tentar salvar sua família demoníaca, a animação Guerreiras do K-Pop já havia conquistado 236 milhões de visualizações em menos de três meses na Netflix, tornando‑se o título mais assistido da história da plataforma.
O filme, produzido pela Sony Pictures Animation e distribuído exclusivamente pela Netflix, estreou globalmente em lançamento na NetflixLos Angeles. Em 23 de agosto de 2025, uma versão "sing‑along" embarcou em cinemas de 87 países, arrecadando US$ 19,3 milhões no fim de semana de estreia.
O projeto nasceu da parceria inédita entre Hollywood e a indústria sul‑coreana de K‑pop. O diretor de animação Jae‑Hyun Kim (não confundir com o produtor musical Ejae) trouxe para o roteiro a tradição dos shōnen japoneses, enquanto a equipe de coreografia contou com a agência de talentos Soom Studio. O resultado foi um universo onde o grupo fictício HUNTR/X divide sua vida entre palcos de K‑pop e caças a demônios.
Além das 236 milhões de visualizações, a trilha sonora alcançou o primeiro lugar da Billboard 200, enquanto o single principal Golden, produzido por Ejae, ficou sete semanas consecutivas no topo da Billboard Hot 100. Esse feito bate o recorde anterior de trilhas de animação, que pertencia a "Frozen II".
Os membros de HUNTR/X – cujas vozes foram interpretadas por cantoras sul‑coreanas ainda não reveladas – relataram rotinas de ensaio que chegavam a oito horas diárias, comparando a experiência a um "acampamento de teatro" que fortalecia tanto a performance quanto os laços de amizade.
O crítico de cinema Carolina Mendes, do portal Filmes & Cultura, elogiou a forma como a narrativa explica "as regras do jogo" nos primeiros 15 minutos, permitindo que espectadores de todas as idades entendam a mitologia demoníaca sem se perderem em complexidades.
Já o analista de música pop Lucas Pereira, do Music Trends Lab, apontou que a combinação de K‑pop com fantasia urbana cria "uma ponte cultural que vai mudar a forma como estúdios ocidentais abordam a música asiática".
Além de bater recordes, Guerreiras do K-Pop traz lições de resiliência, autoimagem e pertencimento, temas que ressoam entre jovens de 13 a 24 anos. A protagonista Rumi, que carrega uma "linhagem demoníaca" conhecida apenas por sua parceira Celine, simboliza a luta interna contra preconceitos e expectativas externas.
Especialistas em psicologia adolescente sugerem que o arco de Rumi pode incentivar diálogos sobre saúde mental nas escolas, já que a "ferida secreta" – a perda de voz – reflete o medo de ser julgado por vulnerabilidades pessoais.
Com a demanda crescendo, a Sony Pictures Animation anunciou turnês ao vivo nas principais cidades globais a partir de novembro de 2025, combinando shows de realidade aumentada com performances do elenco vocal. Também está prevista uma série spin‑off animada focada no rival masculino "Saja Boys", que deve estrear em 2026.
Enquanto isso, a Netflix planeja lançar um game interativo inspirado nas batalhas de demônios, permitindo que fãs criem seus próprios grupos de caça e disputem rankings musicais dentro da plataforma.
A vitória nas paradas Billboard demonstra que trilhas de filmes de animação podem competir com lançamentos de artistas consagrados. Isso incentiva gravadoras a investir em projetos multimídia que unam som, imagem e narrativa, ampliando oportunidades para produtores de K‑pop fora da Coreia.
A combinação de um elenco vocal talentoso, a estratégia de lançamento direto na Netflix, a divulgação nas redes sociais de K‑pop e a curiosidade gerada pela premissa única (ídolos + caçadores de demônios) criou um efeito viral que atraiu espectadores de diferentes gêneros e faixas etárias.
A canção foi produzida por Ejae, produtora musical sul‑coreana que já havia trabalhado com grandes nomes do K‑pop. A letra foi co‑escrita por membros do grupo fictício HUNTR/X e por roteiristas da Sony.
Além das legendas para cantar, a edição inclui cenas estendidas de batalhas coreografadas, efeitos de iluminação sincronizados com a trilha e oportunidades de interação via aplicativos móveis, tornando a experiência semelhante a um concerto ao vivo.
Prevista para 2026, a série deverá explorar a origem dos rivais masculinos, misturando elementos de moda urbana e mitologia oriental. Analistas apontam que isso pode ampliar ainda mais o público masculino, equilibrando a base de fãs.
Escrito por matheus frança
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