Carolina Muñoz Kennedy, conhecida por muitos como Carito, era uma paracaidista experiente e apaixonada pelo esporte. Aos 40 anos, ela já havia conquistado o respeito e a admiração de seus pares por sua habilidade e destreza no céu. Oriunda do Chile, Carito estava em Boituva, São Paulo, que é um destino famoso para o paracaidismo no Brasil, atraindo atletas de todo o mundo devido às condições climáticas favoráveis e à infra-estrutura avançada para a prática.
O que começou como mais um dia de treinamento e prática, terminou em tragédia quando uma falha no equipamento durante o salto levou à sua morte prematura. Está claro que Carito era uma figura amada tanto no âmbito profissional quanto pessoal, lembrada por seu sorriso contagiante e seu amor incondicional por outros seres humanos e animais.
No dia 26 de outubro, às 17:40, Carito embarcou em um avião em direção ao céu sobre Boituva. A decolagem, como sempre, foi suave, mas ao realizar o salto, a paracaidista enfrentou problemas críticos. Segundo a Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), Carito estava utilizando um equipamento de alto desempenho, o que deixou muitos perplexos sobre como algo tão trágico pôde acontecer.
Após executar o comando na altura correta, o paraquedas principal apresentou uma anomalia que obrigou Carito a realizar o procedimento de emergência. Neste contexto, apesar de sua experiência, ativar o paraquedas reserva não foi suficiente para evitar a tragédia, o que levanta questões graves sobre a segurança dos equipamentos usados. Tal falência dupla é rara e está sendo investigada. O presidente da CBPq, Wellington Baiano, destacou que uma Comissão Técnica irá investigar detalhadamente todas as condições que levaram ao acidente para prevenir ocorrências futuras.
A notícia da morte de Carito rapidamente se espalhou pela comunidade de paracaidismo, gerando comoções e homenagens tanto de colegas quanto de instituições. A Fly Now, clube de atletas do qual Carito era associada, prestou homenagem descrevendo-a como alguém sempre disposta a ajudar, com um coração enorme para com os amigos e animais.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) solicitou a realização de exames pelo Instituto Médico Legal (IML) para determinar as causas precisas da morte. Enquanto isso, a investigação policial registra o caso como morte acidental, mas todos agora aguardam o relatório da Comissão Técnica da CBPq para esclarecimentos.
Casos como o de Carito são raros mas provocam debates sobre a segurança no esporte. Paracaidismo é uma atividade de alto risco e mesmo com anos de experiência, imprevistos podem ocorrer. A necessidade de manutenção rigorosa e inspeção dos equipamentos antes de saltos, além do treinamento extensivo em procedimentos de emergência, são práticas fundamentais que todas as escolas de paracaidismo devem reforçar.
As repercussões deste evento trágico irão influenciar discussões sobre normas de segurança e requisitos dos equipamentos. Aumentar a confiança do público na segurança do esporte é uma prioridade; portanto, espera-se que as lições deste acidente sejam levadas a sério.
Enquanto a investigação continua, a comunidade paracaidista e o público em geral aguardam respostas que tragam não apenas compreensão sobre os erros que levaram a essa tragédia, mas também melhorias que previnam a repetição de tal perda.
Diante da tragédia, surgiu a proposta de uma campanha nas redes sociais chamada #ParacaidismoSeguro, exigindo mais supervisão, atualizações de normas e, talvez, novos regulamentos para garantir a segurança do esporte que, apesar dos riscos inerentes, continua a atrair pessoas em busca de adrenalina ao redor do mundo.
Assim, a perda de Carito pode se tornar uma força propulsora para mudanças. Certamente, cada voo e saltos futuros feitos com mais segurança poderão ser parte do legado que Carolina deixa para a comunidade de paracaidismo.
Escrito por Thiago Neves
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