Repatriação: entenda como funciona e por que importa

Se você tem dinheiro guardado no exterior ou recebeu algum pagamento de fora, vai precisar fazer a repatriação. Em palavras simples, é trazer o recurso de volta ao Brasil. Parece complicado, mas na prática é só seguir alguns passos e ficar atento à tributação.

Como fazer a repatriação de recursos

Primeiro, abra uma conta em uma corretora ou banco que aceite transações internacionais. Esses intermediários costumam ter parcerias com bancos estrangeiros e facilitam a conversão de moedas. Depois, solicite a transferência do valor que deseja trazer. A instituição vai cobrar uma taxa de câmbio e, em alguns casos, uma taxa de serviço.

Quando o dinheiro chegar ao Brasil, ele será convertido para real. Nesse momento, a Receita Federal exige que você declare a operação na sua Declaração de Imposto de Renda (DIRPF). Se o valor for superior a R$ 30 mil, você também precisará preencher a Escrituração Fiscal Digital (EFD) para justificar a origem do recurso.

Principais cuidados e impostos

O ponto crítico da repatriação é a tributação. Dependendo da natureza do recurso – lucro, dividendos, juros, royalties ou ganho de capital – a alíquota pode mudar. Por exemplo, ganhos de capital em moeda estrangeira são tributados em 15% a 22,5%, conforme o valor total. Já dividendos recebidos do exterior podem ser isentos, mas precisam ser declarados.

Outra armadilha comum é a chamada “bite‑tax”. Alguns países cobram imposto de saída quando você saca o dinheiro. Nesses casos, o Brasil permite compensar esse imposto pago no exterior, evitando bitributação.

Não deixe de conferir se há tratados internacionais entre o Brasil e o país de origem do recurso. Esses acordos podem reduzir a alíquota ou garantir a não incidência de determinados tributos.

Por fim, guarde todos os documentos: comprovantes de transferência, notas fiscais, contratos e declarações de impostos pagos. Eles são essenciais caso a Receita solicite comprovação.

Resumindo, a repatriação exige atenção ao banco escolhido, às taxas de câmbio, à declaração correta na Receita e ao entendimento da tributação aplicável. Seguindo esses passos, você traz seu dinheiro ao Brasil de forma segura e sem surpresas desagradáveis.