As ações de tecnologia da China e de Hong Kong subiram de forma marcante na quinta‑feira, 5 de outubro de 2025, deixando investidores de olho nos próximos movimentos do mercado. O pregão de 5 de outubro de 2025Hong Kong viu o Hang Seng Index avançar 1,07%, enquanto o Shanghai Composite e o CSI300 subiram 0,23% cada um, liderados sobretudo por empresas de inteligência artificial e fintechs.
Depois de sete sessões consecutivas de queda, o mercado asiático recebeu um sopro de otimismo logo após o discurso dovish do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. As palavras do chefe da Reserva foram interpretadas como um sinal de que a política monetária dos EUA permanecerá acomodatícia, o que costuma reforçar o apetite por risco em mercados emergentes. Paralelamente, o plano quinquenal 2026‑2030 do governo chinês, anunciado por He Lifeng, vice‑primeiro‑ministro, reforçou a intenção de estimular o consumo interno, dando ainda mais confiança aos investidores.
No fechamento do dia, o índice CSI Internet Finance saltou 2,3%, refletindo o entusiasmo por fintechs após a aprovação de uma lei sobre stablecoins em Hong Kong no mês passado. Entre as empresas que se destacaram, a NetEase subiu 5,2%, a Alibaba Group Holding avançou 4,8% e a AIA Group ganhou 4,3%. Outros nomes que chamaram atenção foram a SenseTime Group, que anunciou parceria de IA com a Cambricon, e a Xuanzhu Biopharma, que disparou impressionantes 167% em sua estreia.
Analistas da Huatai Securities ressaltaram que as empresas de tecnologia listadas em Hong Kong ainda estão subalocadas nos portfólios globais de IA. “Conforme os ganhos futuros de produtividade dependerem da IA, as companhias mais bem posicionadas permanecem concentradas nos EUA e em Hong Kong”, observaram, sem citar nomes específicos. Já a equipe da Goldman Sachs escreveu em nota de 22 de setembro que “as notícias entre EUA e China devem permanecer estáveis ou melhorar nos próximos meses”, reflexo da reunião iminente em Londres.
Por sua vez, analistas da Topsperity Securities mantiveram a visão de “um mercado em alta estável e gradual”, enfatizando que os temas de tecnologia continuarão a definir a direção do mercado no curto prazo.
O cenário não se limita ao fluxo de capitais. Os EUA e a China agendaram encontros de alto nível em Londres, com a presença do secretário do Tesouro Scott Bessent, do secretário de Comércio Howard Lutnick e do representante de Comércio Jamieson Greer. As conversas devem abordar comércio, drogas ilícitas e a guerra na Ucrânia, temas que, embora pareçam distantes, afetam diretamente a confiança dos investidores.
Curiosamente, o ex‑presidente dos EUA, Donald Trump, declarou em setembro que ele e o presidente chinês Xi Jinping avançaram em um acordo sobre o TikTok e planejam reunião na Coreia do Sul. Embora a declaração tenha gerado controvérsia, ela reforça a percepção de que os laços bilaterais ainda são uma peça-chave na avaliação de risco dos mercados.
Investidores esperam ansiosamente pela reunião a portas fechadas em Pequim, programada para a semana de 5 de outubro, onde serão delineados os planos econômicos para a próxima quadra. O comunicado, previsto para 9 de outubro, deve trazer detalhes sobre estímulos fiscais, metas de consumo e, possivelmente, novas diretrizes para o setor de tecnologia.
Além disso, o calendário indica feriados nacionais – Dia Nacional e Meio‑Outono – que podem reduzir a liquidez nos próximos dias. Ainda assim, o consenso entre os analistas é de que, enquanto a estabilidade macroeconômica permanecer, as ações de tecnologia vão continuar a liderar o caminho.
A lei trouxe mais clareza regulatória, estimulando investimentos em fintechs e impulsionando o índice CSI Internet Finance em 2,3%. Investidores veem a medida como um passo rumo à inovação financeira na região.
Consumo e varejo registraram ganhos acima de 2%, enquanto financeiro e imobiliário tiveram avanços modestos, refletindo a diversificação de impulso entre diferentes áreas da economia chinesa.
As conversas devem focar em comércio, regras de tecnologia e segurança de dados. Se houver progresso, pode reduzir a aversão ao risco e manter a tendência de alta nas bolsas asiáticas.
O tom dovish de Jerome Powell mantém os juros baixos, facilitando fluxo de capital para mercados emergentes como a China, o que alimenta a demanda por ações de risco.
O PIB de 4,8% YoY no terceiro trimestre superou expectativas, reforçando a trajetória de 5,2% nos primeiros nove meses e alimentando otimismo sobre consumo interno, o que beneficia setores sensíveis ao poder de compra, como tecnologia e varejo.
Escrito por matheus frança
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